sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Senado Federal está agonizando!


Hoje, infelizmente, tive de assistir um verdadeiro festival de horrores no Congresso Federal, mais precisamente no plenário do Senado. As cenas foram chocantes e vergonhosas. Na defesa do presidente da casa, o senador José Sarney (PMDB/AP), Renan Calheiros (PMDB/AL) atacou sem o mínimo de caráter o líder do PSDB, senador Artur Virgílio. Foram ataques pessoais e sem escrúpulo algum, apesar de denunciar a utilização ilegal de verbas públicas por Virgílio, que corajosamente as confirmou. Não bastasse esse ataque, Renan e Tarso Jereissati (PSDB/CE) travaram um embate histórico no Senado, não pela grandeza da discussão, mas por transformar o Congresso, mais uma vez, em "boteco de esquina".

- Tasso Jereissati: "Não aponte esse dedo sujo para cima de mim.”

- Renan Calheiros: "Dedo sujo é o do senhor, que paga jatinho com dinheiro do Senado”

- Tasso: "O dinheiro é meu, o jatinho é meu. Não é igual ao que você anda com seus empreiteiros. Coronel, cangaceiro de terceira categoria!”

- Renan, fora do microfone, fala uma frase, que, segundo alguns senadores, foi: "Coronel de merda!”

- Tasso grita: "Me respeite!”

- Renan também: "Me respeite!'

E Renan aponta para Tasso: "Você é minoria com complexo de maioria."

Este deprimente diálogo não foi o único momento vergonhoso no senado. Deixa-me cada vez mais inconformado o papel que a bancada paulista do PT se sujeita a fazer naquela casa. No dia de hoje foi lida pelo senador Cristovam Buarque (PTB/DF) o manifesto pelo afastamento do presidente da casa. Tal manifesto foi assinado pelas bancadas do PSDB, PDT, DEM, PSOL e pelos senadores Tião Viana (PT-AC), Flávio Arns (PT-PR), Augusto Botelho (PT-RR), Pedro Simon (PMDB-RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Renato Casagrande (PSB-ES). Mais uma vez os senadores Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy se negaram a pedir a renúncia de Sarney. Mais uma vez doem em minha consciência os votos confiados a estes senadores.
É com dor no coração que afirmo, mais uma vez, que o Senado Federal está agonizando. Ele precisa de ar puro, de circulação. E isso só será possível quando os velhos coronéis deixarem, uma vez por todas, de serem eleitos por meio de nossos próprios votos, de nossa fraca memória e comprada consciência.

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