
Os ponteiros desse relógio não significam mais nada, porém, apesar de estar parado, reconduz aqueles que o vê a esperarem o 13º minuto da 3ª hora do dia. Ninguém quer reviver o 11° e o 12º minuto, mas querem viver o 13º. Difícil imaginar o sofrimento de um povo que espera o relógio da vida voltar a funcionar. Difícil entender o que dá esperança àquele povo de ainda encontrar sobreviventes em meio aos escombros. Vendo tudo isso, tanta força de superação, tenho mais certeza de que acreditar é ultrapassar as fronteiras da realidade, de si mesmo, da própria existência. O que importa, sem dúvida, é aprender esperar. Acreditar na possibilidade da vida, esperá-la como se a morte fosse apenas um detalhe a ser superado. É na fraqueza que a força se manifesta. É superando o detalhe inesperado da morte que a vida se faz mais forte e nova.
Nova atenção merece ser dada à esperança, que tantos teimam em desencorajar. A vida vem mais forte se a esperarmos confiantes e se a buscarmos incessantemente. Ao povo do Haiti essa esperança é sinônimo de vida; para mim, que não consigo compreender tanto sofrimento, é sinal de ressurreição. Quando a morte e as trevas não passam de detalhes no caminho que o povo trilha rumo à vida e à luz. Sem dúvida, a esperança deve ser analisada com mais atenção. Um fato foi muito discutido durante essa semana, a cruz que ficou de pé em meio aos destroços de uma igreja. Aquela cruz de pé não mostra um milagre, mas a certeza de que, como ela, o povo haitiano também poderá se erguer em meio a tanto sofrimento.
Um abraço apaixonado ao Povo haitiano
A esperança do reencontro nunca morre!
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