O vento canta uma canção que há tempos insiste em me encontrar. Por mais que eu não queira ouvi-la, ela penetra meus tímpanos e toma conta dos meus pensamentos e, logo, de meus sentidos. Uma música cantada a uma só voz, que não se importa estar, ou não, afinada, só quer cantar a canção que quer ser cantada.
Penso em silenciá-la mas logo percebo que silênciar o vento é algo impossível, uma vez que, ao ser desafiado, ele vem mais forte qual um tornado. Penso, então, em fazê-lo prisioneiro de minhas aspirações. Novo engano, ele não se prende, não se pode prender o que é livre por essência. Chego à certeza de que a música não pára jamais, somente me deixa depois de já torturada minh'alma e, logo, volta e tudo recomeça.
Ja pedi a Deus que me ajude a interpretar tal canção da forma mais madura, porém, sinto que tenho de assumir essa dificuldade, pois, assim, tenho plena ceteza que ela se vai e não mais voltará. Contudo, se for embora, como as sinfonias sem os acordes, ficarei também eu sem as notas que harmonizam minha vida. "É ruím com ela, pior sem ela". Ninguém consegue sobreviver num mundo sem magia, sem o encanto que só a música tem. E essa é a minha música, escolhida a dedo, para tornar a minha vida mágica.
Maycon Mazzaro (março/2008)
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