quinta-feira, 10 de abril de 2008

Testemunhar a esperança que habita em nós

Como cultivar a esperança ante um mundo tão desigual, violento, impetuoso e corrompido? Não seja talvez uma pergunta de fácil resposta e cada um terá de descobri-la eventualmente. Parece que nesse momento tudo está contra a esperança, no entanto, penso que onde houver um verdadeiro sentimento de amor, lá se renova a esperança. Não faço mera cogitação filosófica, muito menos uma reflexão teológica, unicamente cedo meus pensamentos a uma grande verdade: o amor gera esperança. Sempre que existir um verdadeiro amor a história avançará no concretizar das utopias humanas.
A esperança é a menor das três virtudes teologais (fé, esperança e caridade), mas, em nosso tempo de secularização, auto-suficiência e materialismo exacerbado, deve ser a mais apaixonadamente vivida. Como dizia D. Pedro Casaldáliga: uma esperança invencível!
Uma esperança que abata a decepção, o desespero, os erros da família, da sociedade, da política e da igreja, nossos próprios incontritos erros. Que nos leve a acreditar nas pessoas, esperar nelas, apesar das incontáveis amostras de que não podemos fazê-lo. Aqui, todas as elucubrações e teorias meramente ideológicas caem por terra. Nenhum pensamento político-filosófico, entre todas as ideologias existentes, convoca para o amor. E é extremamente necessário amar a todos, sempre, perdendo ou ganhando, arriscando quiçá a própria vida.
Trata-se de utopia? Sejamos então utópicos. O homem e a mulher não vivem só de pão; vivem de pão e de sonhos. Somente aqueles que sonham podem transformar o mundo e fazê-lo caminhar. Assim viveu Jesus de Nazaré, utopicamente, sem medo de sonhar e, sobretudo, com esperança de que sua utopia do Reino se concretizasse.
Somos construtores do futuro e impelidos a dar testemunho do que acreditamos. Ser o que somos. Falar o que cremos. Viver o que falamos. Nossa esperança é a “arma” da qual dispomos para tornar melhor esse mundo. Se amarmos verdadeiramente a vida e, consecutivamente, o mundo em que vivemos, teremos, verdadeiramente, esperança que outro mundo é possível.
Se houver amor, tomara Deus que seja verdadeiro, teremos o “escudo” do qual necessitamos para cultivar a esperança, dando-lhe novas oportunidades a cada dia, para que, contra todas as desesperanças, a caminho da construção de uma Nova Civilização, possamos testemunhar aquela verdadeira esperança que habita em nós.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mazzaro, está lindo seu blog. Parabéns pelos textos... devemos prestar conta da esperança que habita em nós!!! Beijos fraternos

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