segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A PARÁBOLA DA FAIXA PRETA

Imagine um lutador de artes marciais ajoelhado na frente do mestre sensei, numa cerimônia para receber a faixa preta obtida com muito suor.
Depois de anos de treinamento incansável, o aluno finalmente chegou ao auge no êxito da disciplina.
"Antes que eu lhe dê a faixa você tem que passar por outro teste" , diz o sensei.
"Eu estou pronto", responde o aluno, talvez esperando pelo último assalto da luta. "Você tem que responder à pergunta essencial: qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"
"O fim da minha jornada", responde o aluno, "uma recompensa merecida pelo meu bom trabalho".
O sensei espera mais. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim, o sensei fala: "Você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano."
Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei.
"Qual é o verdadeiro significado da faixa preta?", pergunta o sensei.
"Ela significa a excelência e o nível mais alto que se pode atingir em nossa arte." responde o aluno.
O sensei não diz nada durante vários minutos, esperando. É óbvio que ainda não está satisfeito. Por fim ele fala: " você ainda não está pronto para a faixa preta. Volte daqui a um ano."
Um ano depois, o aluno se ajoelha novamente na frente do sensei e mais uma vez o sensei pergunta: "qual é o verdadeiro significado da faixa preta?"
"A faixa preta representa o começo - o início da jornada sem fim de disciplina, trabalho e a busca por um padrão cada vez mais alto." , responde o aluno.
"Sim. Agora você está pronto para receber a faixa preta e iniciar o seu trabalho!"

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

São Pio de Pietrelcina - 23 de setembro

"Eu sou o Senhor, que exerço a misericórdia" (Jer 9,23).

"Padre Pio foi um generoso dispensador da misericórdia divina, estando sempre disponível para todos através do acolhimento, da direcção espiritual, e sobretudo da administração do sacramento da Penitência.
O ministério do confessionário, que constitui uma das numerosas características que distinguem o seu apostolado, atraía numerosas multidões de fiéis ao Convento de San Giovanni Rotondo.
Mesmo quando aquele singular confessor tratava os peregrinos com severidade aparente, eles, tomando consciência da gravidade do pecado e arrependendo-se sinceramente, voltavam quase sempre atrás para o abraço pacificador do perdão sacramental." (pp. João Paulo II).
"Que o exemplo de Padre Pio, tão popular, seja para os sacerdotes – neste Ano Sacerdotal – e para todos os cristãos um convite a confiar sempre na bondade de Deus, aproximando-se e celebrando com confiança o Sacramento da Reconciliação, do qual Padre Pio foi assíduo e fiel ministro" (pp. Bento XVI).

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O DIÁLOGO DOS PÁSSAROS

“Os limites da minha linguagem
denotam os limites do meu mundo.”
(Wittgenstein...)


Ao iniciar esta reflexão que não pretende ser uma coisa muito estruturada, quero expressar meus sentimentos ao tratar do Diálogo e minha teimosa esperança ao tratar dos “pássaros”. Tenho para mim que o Diálogo ocupa um lugar particular e preciosíssimo na vida do humano. Sua função primária é ser sacramento universal de comunhão, mensageiro dos valores incomensuráveis do Reino. É no Diálogo que encontramos a fronteira para o outro: podemos transpor tal fronteira ou nela encerrarmos a caminhada. Os “pássaros” são figuras do entendimento do humano que o transportam para o mundo da imaginação. Ser pássaro é saber voar, ser livre e aproveitar cada espaço no qual pode cantar. Também pode ser um sacramento se visto como sinal de comunhão. Mas onde e como pode um pássaro ser sinal de comunhão? Os pássaros dialogam entre si e com a natureza, não obstante tocam os ouvidos humanos com cantares de beleza singular. Emprestando um escrito de Ramon Llull, “... estava o pássaro no jardim do Amado e veio o amigo e disse ao pássaro: ‘se não nos compreendemos por linguagem, compreendamo-nos pelo amor, pois teu canto revela aos meus olhos meu Amado’”. Este é o sinal que percebo nos pássaros, seus cantos inspiram liberdade, sua liberdade inspira-me a Deus.

Cada pássaro tem uma vocação a cumprir. E a vocação de cada um deles representa uma contribuição irrepreensível à natureza. Como escreveu Antoine Saint-Exupéry, “se cada tijolo não estiver no seu lugar, não haverá construção”. Eles não escolhem os melhores tijolos para a construção que almejam, mas usufruem de todas as asas e bicos de que dispõem. Cada pássaro deve cumprir sua vocação. A linguagem usada para esse serviço é a do bem-comum. Todos os pássaros trabalham para a edificação de sua Casa. Não diferenciam ou escolhem os que desfrutarão de seus esforços, mas doam sua energia para aqueles que podem, de alguma forma, ajudá-los a serem mais pássaros. Arrisco chamar tal diálogo-serviço de amor. Pois é uma forma de ajudar o Criador a continuar construindo sua Obra. É linguagem fronteiriça, pela qual delimitamos o nosso mundo e re-iniciamos sua construção.

Acontece que para o humano essa fronteira significa limite extremo. Como é difícil para o humano perceber que o Diálogo pode construir novos céus e nova terra! Parece que estamos fadados ao exclusivismo, à escolha medíocre de conceber o mundo apenas sob o aspecto dos “meus” olhos. O humano tem a infeliz capacidade de não dialogar, mas de viver monologamente mesmo rodeado de gente. Voltando ao prisma de uma construção, a tentativa humana de chegar ao término da obra sempre esbarra na sua tentativa de ser “eu” e não “nós”. Sem o Diálogo a construção tende a desmoronar. Diferentemente dos pássaros, o humano escolhe os melhores tijolos para sua construção, também escolhem os braços que mais os agradam. Essa escolha impede que cada humano cumpra sua vocação, permitindo que certos humanos elejam a vocação de outros humanos. A linguagem usada aqui é a da autossatisfação, do egoísmo e da falta de solidariedade. Alguns humanos devem trabalhar para a edificação da casa de outros poucos. A doação e o diálogo só são vividos com aqueles que estão moldados ao meu pensamento e ao meu modo de vida. Aqui o amor tem uma denotação plural: o amor que não está ininterruptamente construindo, está continuamente destruindo. O amor que não brota, morre.

Penso que o que falta ao humano para que conquiste a liberdade dos pássaros seja exatamente o Diálogo. Tive uma experiência muito curiosa nos poucos dias que passei com minha família nas férias. Meu avô ganhou dois passarinhos e os pôs cada um em uma gaiola. Ambos cantavam sem parar, da mesma forma que os passarinhos que voavam livres em meios às árvores. Por muitas vezes pus-me a ouvir seus cantos e comecei a diferenciar o canto dos passarinhos presos com o dos livres. Os cantares dos que estavam nas gaiolas eram amargurados, pareciam preces intermináveis. Percebi então que presos ou livres os pássaros não param de cantar. Os livres cantam sua liberdade, seu direito de voar e de ter com outros pássaros. Os presos cantam seu sofrimento, sua ânsia de voar. Ao cantar, outros passarinhos vinham observá-los, como uma visita esperada. Logo o quintal de casa estava repleto de rolinhas, pardais, beija-flores e cardeais. Confesso que em certo momento imaginei-me numa grande Eucaristia, celebração da vida daqueles que desejam a liberdade.

O humano, bicho estranho e sem lógica. Quando triste não canta, se magoado não canta, como também não canta em sua autoprisão. Prefere o silêncio de sua gaiola ao Diálogo dos pássaros. Pobre humano, perde sem saber a chance de fazer o amor brotar. Só será ouvido aquele que falar. O entendimento só acontece quando há amor, Diálogo é essencial. Os pássaros têm coragem de cantar porque sabem que a força dialogal de seu canto pode transpor fronteiras. Mesmo sabendo que seu canto não pode libertá-los fisicamente, cantam porque os outros pássaros – os livres – trabalham juntos para a edificação da Casa comum, nesse caso, a Liberdade. Poderiam estar voando alto e longe, mas doam seu direito de voar para aqueles que estão os ajudando a serem mais pássaros. O humano põe limite ao seu cantar, por isso seu mundo é tão pequeno. Os pássaros, ah, os pássaros não conhecem limites para seus cantares, por isso podem se gabar de ter o mundo todo como Casa.

Por fim, os passarinhos continuaram presos, porém,
conheceram o magnífico significado de serem Pássaros...

Arcebispo de Campinas nomeia novo cônego do cabido metropolitano

Na manhã de ontem, 04 de setembro, d. Bruno Gamberini anunciou aos padres reunidos na Semana de Estudos do Clero, a nomeação do padre Jerônymo Antônio Furian para o cabido metropolitano, na vaga deixada por Mons. Favorino, falecido recentemente. A última nomeação havia acontecido mês passado, com a titulação do padre João Luís Fávero.
Padre Jerônymo foi ordenado no dia 05 de dezembro de 1997, por d. Gilberto, e passou pelas paróquias de Santo Antônio e Nossa Senhora da Candelária, ambas em Indaiatuba. É formado em economia e teologia pela PUC Campinas. Foi vice-ecônomo da Cúria Metropolitana e vice-presidente da Mantenedora da PUC Campinas. Desde 2004 é reitor do Seminário Imaculada de Filosofia e capelão do Templo Votivo da Santíssima Eucarístia.
O Cabido diocesano de Campinas foi constituído no dia 03 de novembro de 1909. Em 1958 o Cabido recebe o título de Metropolitano e tem o número de cônegos aumentado de dez para doze. Segundo o Cânon 503 do Código do Direito Canônico, as funções dos Cônegos ficam relegadas quase que exclusivamente a funções litúrgicas, com exceção do Cônego penitenciário, que pelo Cânon 508 tem faculdade de absolver as censuras latae sententiae e também as penas expiatórias, conforme o Cânon 1312.
Em Campinas, as funções do Cabido foram aprovadas por d. Gilberto, em 1999 e confirmadas por d. Bruno em 2008. São elas: A manutenção da história da Arquidiocese e das Paróquias, coletando informações de interesse histórico, organizando os livros e bens de valor histórico; a responsabilidade pelas construções, reformas e vigilância dos templos, capelas e de todas as demais obras de arte.
Atualmente, são Cônegos Catedráticos da Arquidiocese de Campinas: Cônego José Júlio, Cônego Carlos Menegazzi, Cônego Álvaro Ambiel, Cônego Antônio Teixeira, Cônego José Luiz Nogueira Castro, Cônego Luiz Carlos Magalhães, Cônego Pedro Cipolini, Cônego Pedro Piacente, Cônego João Fávero, Cônego Jerônymo Furian, Monsenhor José Antônio Moraes Bush e Monsenhor Valdemiro Caran.
O Cabido ainda conta com três Cônegos Honorários, pertencentes à Diocese de Amparo: Cônego Clodoaldo de Paiva, Cônego José Veríssimo e Monsenhor Nilo Corsi.

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